Fascínio dos repentistas do Sertão nordestino

Após sete décadas convivendo com declamadores, apologistas e repentistas do Sertão nordestino, o paraibano Zé de Cazuza arregaçou as mangas e registrou seu conhecimento em livro. Em quase 400 páginas, Poetas encantadores apresenta o trabalho de 66 poetas. Alguns são famosos, como Pinto do Monteiro, Rogaciano Leite e Lourival Batista, o Louro do Pajeú. Outros são conhecidos somente por quem é do meio. Lançado há três anos e com duas edições esgotadas, o livro chega agora à terceira edição, ampliada e comemorativa dos 80 anos do autor, nascido no município de Prata, no Cariri paraibano. O volume será lançado hoje, às 16h, na Cachaçaria Matulão, que funciona no Mercado da Boa Vista. A entrada é franca. O livro custa R$ 50.

Poetas encantadores foi escrito praticamente a partir das memórias e andanças de Zé de Cazuza com Manuel Filó, Manuel Xudu e Geraldo Amâncio. “Gravei tudo no juízo. Fiz o livro tirando da minha cabeça”, garante. O autor não virou as costas para a nova geração. Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, também está representado.

José Nunes Filho, Zé de Cazuza nasceu no sítio Boa Vista, na cidade de Monteiro. Começou a frequentar as cantorias aos cinco anos. Aos seis, já guardava versos na cabeça. Quando se mudou para a zona rural de Prata, foi vizinho de Zé Marcolino, mestre cantado por Luiz Gonzaga. Há cinco anos, foi reconhecido como Mestre das Artes da Paraíba, equivalente ao registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco. Hoje vive no sítio São Francisco, onde trabalha com agricultura e criação de gado. Nas palavras de Jansen Filho, Zé de Cazuza é um “misto de vaqueiro e poeta, alma coberta de sol e poesia”. Segundo o folclorista Francisco Coutinho Filho, no livro Violas e repentes, de 1953, ele é “o mais apurado admirador sertanejo da nossa poesia brava”.

A veia lírica corre pela família. Seu pai foi o cordelista Cazuza Nunes. De seis filhos, três seguiram carreira artística. Miguel Marcondes e Luís Homero vieram para o Recife e há dez anos fundaram o grupo Vates e Violas; já Felizardo Moura é famoso apresentador de vaquejadas. “As pessoas alertaram que ele estava cedendo material que ele mesmo poderia registrar”, diz o Marcondes, sobre a necessidade do registro das memórias do pai em livro. “Ele passou a vida elogiando e recitando grandes cantadores. Um dia, ele percebeu que é um deles”.

Zé de Cazuza diz que há uma infinidade de modalidades de cantorias e repentes. Em menos de um minuto, ele lista o desafio, o lirismo, o trocadilho, a irreverente, a narrativa, o mote, o tema e a satírica. E não torce o nariz para a produção urbana, distante dos assuntos clássicos do repertório matuto. “A poesia é boa em todo campo que ela for bem feita. Há os que martelam por muito tempo e não conseguem e os que fazem repentinamente e fica bonito”.

(Diario de Pernambuco, 22/01/2010)

HQPB, o primeiro seminário de paraibano de quadrinhos

Henrique Magalhães, da editora Marca de Fantasia, divulga a primeira edição do HQPB.

O primeiro seminário paraibano dedicado exclusivamente aos quadrinhos está marcado para os dias 15 e 16 de setembro.

O viés acadêmico parece ser a marca do evento.

Praticamente todos os convidados estão ligados às universidades, a começar pelo próprio Magalhães, professor da UFPB, assim como Marcos Nicolau, que também participa do seminário.

Do Recife, participam o cartunista e pesquisador Antonio Clériston, da UFPE, e José Valcir, do grupo de produção Pada.

Edgar Franco, da Universidade de Goiás e Cristian Mallea, da Universidade de Palermo, na Argentina, também marcam presença.

Shiko, de volta ao Recife

Shiko está de volta ao Recife.

Ano passado o promissor artista gráfico paraibano esteve na cidade a convite do Festival Internacional de Quadrinhos de Pernambuco. Na ocasião, ele fez uma palestra e deu uma oficina sobre experimentalismo na criação gráfica.

Desta vez, ele traz o que ficou faltando: uma exposição de seu trabalho.

Ah! Inferno Pra ter Cão – encantos e tentações de uma cidade tem abertura marcada para esta segunda-feira, 14.04, às 20h, no Bar Central (Rua Mamede Simões, 144 – Boa Vista). O momento inclui discotecagem de DJ Tales. Entrada franca. Mais informações pelo 8709-3905.

Marca de Fantasia – exemplo de qualidade e independência editorial

Durante boa parte do dia, Henrique Magalhães trabalha na Universidade Federal da Paraíba, onde dá aula de laboratório de pequenos meios para estudantes de comunicação. Nas horas livres, em vez de descansar, ele começa outro expediente, dedicado a fazer livros e revistas em quadrinhos. Henrique é dono da Marca de Fantasia, a editora independente e absolutamente não-comercial, que há mais de dez anos vem prestando grande serviço aos quadrinhos nacionais.

A Marca de Fantasia começou como fanzine, que circulava em João Pessoa nos idos de 1985. Após voltar da França, onde se pós-graduou no tema, Henrique decidiu ampliar seu trabalho para um projeto editorial mais abrangente, que contemplasse inclusive livros teóricos sobre quadrinhos, fanzines e artes afins.


A NOVA ONDA DOS FANZINES, DE HENRIQUE MAGALHÃES

Para um independente, o catálogo de Henrique impressiona. Dos 70 títulos já publicados, cerca de 50 estão disponíveis em seu catálogo virtual, vendidos ao preço máximo de R$ 15.

Essa fantástica fábrica de revistas em quadrinhos funciona no conforto de um apartamento, na beira mar de João Pessoa. O equipamento – um computador conectado a uma impressora laser, está montado num quarto simples e tranquilo, ideal para a atividade. Nas paredes, estantes revelam o estoque de edições disponíveis para envio imediato. Ao redor há algumas telas, algumas assinadas por Shiko, uma das melhores revelações dos quadrinhos autorais brasileiros dos últimos anos.


MARGINAL, COLETÂNEA DO TRABALHO DE SHIKO EM FANZINES

Além de Shiko, cujo trabalho está na coletânea Marginal, a Marca de Fantasia publicou praticamente todos os artistas paraibanos em atividade: Mike Deodato, Cristóvão Tadeu, Emir Ribeiro, e o próprio Henrique, que além de editor e pesquisador, cria seus próprios quadrinhos.


TOP! TOP! 23 APRESENTA ENTREVISTA INÉDITA COM O GAÚCHO EDGAR VASQUEZ

Semestralmente, o fanzine Top! Top! (o nome vem da onomatopéia feita pelas mãos do Fradinho, o mais sacana personagem de outro Henrique, o grande Henfil) traz uma seleção de quadrinhos que inclui material estrangeiro, além de entrevistas com artistas e estudiosos – as mais recentes são com o paulista Marcio Baraldi, o gaúcho Edgar Vasquez (criador do antológico Rango), o pernambucano Jô Oliveira e o pesquisador paulista Gazy Andraus.


RANGO, UMA DAS CRIAÇÕES DE VASQUEZ

Aliás, dois anos após a morte de Henfil, Magalhães o homenageou fundando a gibiteca Henfil, que veio antes da localizada no Centro Cultural Vergueiro, São Paulo. “Tudo bem, Henfil merece várias gibitecas”, brinca, na entrevista abaixo, concedida pessoalmente, direto de João Pessoa.

O encontro se deu no ano passado, na mesma época do lançamento da Coleção Biografix, dedicada a publicar mestres dos quadrinhos brasileiros. Henrique estava bastante satisfeito em informar que o livro de estréia seria Lugares In-Comuns, de Jaguar, um belo resgate de uma obra há décadas fora de catálogo. Dois dias depois, a decepção: o título deveria ser retirado de circulação, por razões contratuais entre o artista e a editora Desiderata, atual detentora dos direitos de publicação de sua obra. No post abaixo, entre outros assuntos, Henrique fala sobre este frustrante e desnecessário episódio.

Entrevista // Henrique Magalhães: "O quadrinho está deixando de ser um produto de massa para ser uma comunicação dirigida a pequenos públicos"

Como surgiu a Marca de Fantasia?
No início, Marca de Fantasia era um fanzine que eu editei aqui em 1985. Quando eu voltei da França, onde fiz meu doutorado de sociologia comparando o modo de produção entre os fanzines brasileiros, portugueses e franceses, achei interessante fazer um projeto editorial, e não apenas um fanzine. Na França vi tanta coisa, principalmente no meio independente, que eu pensei em adotar essa tendência para os produtos locais. Criar o próprio mercado, independente e específico para a produção nacional. E ocupar um nicho de mercado que não era ocupado pelas editoras comerciais. Que era o mercado das livrarias especializadas, que começava a se expandir. Eu tinha dos EUA, eu vi isso crescendo na França. A idéia não era manter um título, mas um projeto editorial que pudesse publicar a produção nacional independente, os novos autores, dar visibilidade a gente que fica restrita a seus estados, como os produtores de São Luis, Salvador, Porto Alegre, Recife, João Pessoa. E ao mesmo tempo continuar uma produção jornalística, que é o fanzine, com crítica, análise, entrevista.

Daí a editora foi fundada em três linhas: o fanzine Top Top!, que permanece até hoje; os quadrinhos poéticos, que eu reuni numa revista chamada Mandala até o início do ano 2000; e a série Das Tiras Coração, editada com Edgar Guimarães, da revista Quadrinhos Independentes (QI), em Minas Gerais. Cada publicação seria trimestral, o que daria uma por mês. Isso durou mais ou menos um ano.

E os livros teóricos?
Com o tempo, vi que haviam muitos trabalhos acadêmicos sendo feitos por alunos e professores, e que ficavam nas gavetas depois de defendidos. Então eu criei a coleção Quiosque, onde estes estudos são veiculados. É uma coleção de bolso que já tem 18 números de material nacional e estrangeiro. Até hoje continuo lançando livros teóricos, que é o que tem tido maior repercursão dos trabalhos da editora, porque fundamenta outros trabalhos teóricos.


HISTÓRIA EM QUADRINHOS: ESSA DESCONHECIDA ARTE POPULAR, DO FRANCÊS THIERRY GROENSTEEN – À VENDA POR APENAS R$ 8.

Eles representam que parte de sua produção atual?
Representam mais de 50%, em vendas e títulos disponíveis. Mais do que os quadrinhos. Os álbuns eu lanço mais pelo capricho do que pela viabilidade.

De onde vem esse interesse acadêmico pelos quadrinhos?
Os quadrinhos marcaram a infância de todo mundo. Mesmo quem leu pouco, já passou pelos quadrinhos. E é algo sedutor demais porque mexe com a linguagem própria, que não são as artes plásticas, não é a literatura, é a fusão das duas. Não é cinema, é outra coisa, é outra arte. Isso motiva muita gente. É uma fonte de pesquisa inesgotável.


RISCOS NO TEMPO, DE J. AUDACI: LIVRO-PESQUISA SOBRE A HISTÓRIA DOS QUADRINHOS PARAIBANOS

Como funciona a produção dos livros, álbuns e revistas?
Produzo conforme a demanda. Todo trabalho é artesanal. Antes eu reproduzia com fotocópias. Mas precisava terceirizar, e não deu pra manter a qualidade. Então comprei uma impressora laser pra fazer o miolo das publicações em casa. Quando vou lançar um livro, faço a capa em off-set, papel cartonado colorido, 200 cópias. E depois faço o miolo conforme a demanda, de 20 em 20 cópias. Todo o trabalho é feito em casa, porque é mais barato para o esquema de pequenas tiragens.

E a divulgação e distribuição?Para divulgar, mando os lançamentos para uma lista de emails, e quando as pessoas acessam o site, acabam se interessando por outros livros. Tem toda uma rede online que faz o círculo de leitores. E cada vez tem mais gente nova procurando a editora, principalmente no meio acadêmico.

Qual a história da Gibiteca Henfil?Foi fundada em 1990, e passou 12 anos no Espaço Cultural José Lins do Rego.

Não tem nada a ver com a gibiteca do Centro Cultural São Paulo, que leva o mesmo nome?
Não. A daqui foi fundada antes (risos). Mas tudo bem, Henfil merece várias gibitecas (risos). Ela foi baseada no meu próprio acervo, na minha coleção. Como eu tinha muita revista, muito fanzine, e não dava mais conta do recado, eu disse: vou socializar isso. E abri uma gibiteca. E ela se transformou num projeto de extensão da faculdade. Mas quem menos dava atenção para a gibiteca era o próprio espaço cultural. A gibiteca circulou em todos os lugares de lá, porque a cada mudança de direção eles tentavam acabar com o projeto, dizendo que era um monte de papel velho. E mudavam para um canto cada vez mais escondido. Briguei com todas as diretorias. Até chegar ao ponto em que eu construí um espaço lá dentro, com a ajuda da prefeitura.

Foi tanto descaso que resolvi tirar a gibiteca de lá. Hoje está no departamento de comunicação da UFPB, que é onde eu trabalho. Eu dou aula nela, atendo aos alunos, mas não está aberta ao público.

Quais os planos para ela?
É continuar no departamento, e servir de fonte de pesquisa. Vou fundar um núcleo de pesquisa em quadrinhos dentro da gibiteca.


LUGARES (IN) COMUNS, DE JAGUAR – LIBERADO ANTES, CENSURADO DEPOIS

Como se deu a censura da reedição do livro de Jaguar, Lugares In-Comuns?
Pela manhã recebi um telefonema da editora da Desiderata, que foi muito indelicada. O acordo com Jaguar houve, sim, há um ano, quando ele morava em Brasília e novamente agora, em junho, por telefone, antes do anúncio do livro. Depois que lhe expliquei que a Marca de Fantasia não tem fins lucrativos e que não se chocava com os interesses da Desiderata, ele concordou que eu fizesse a edição. Enviei-lhe um exemplar já pronto e um modelo de contrato, onde coloco, inclusive, a forma de pagamento dos direitos autorais.

Só que a Desiderata disse que eu desrespeitei o autor, que fiz a publicação sem sua autorização, que não pago o autor. Um monte de desinformação. Liguei pra Jaguar pra tentar resolver o caso e pedir que ele intercedesse pela Marca de Fantasia junto à Desiderata. Ele foi super ríspido, disse que não tinha autorizado nada, que um ano, desde o primeiro contato, era uma eternidade e que ele não permite, de forma alguma que eu prossiga com a edição. Disse até que não tinha mais tido contato comigo, depois de Brasília. Ora, o endereço dele no Rio foi ele mesmo que me deu, quando lhe telefonei em junho deste ano. Certamente ele sentiu a pressão da Desiderata e resolvel voltar atrás, da pior maneira possível. Em vez de assumir o que disse, tentou me chamar de mentiroso e desonesto. Uma coisa realmente triste.

A coleção Biografix continua, não vai parar por isso. Estamos em negociação, eu e Wellington Srbek, para a edição de um livro de Nilson, outro de Shimamoto e mais outro de Edson Rontani. Os autores são muito simpáticos com a proposta da coleção e da editora, mas só farei as edições depois de ter todos os contratos assinados.

Na sua opinião, porque hoje há menos revistas em quadrinhos nas bancas do que 20 anos atrás?
O quadrinho está deixando de ser um produto de massa para ser uma comunicação dirigida a pequenos públicos. A não ser os quadrinhos de super-herói ou os infantis, que realmente são mercados muito amplos. Mas aí você vê gente que tem uma formação literária forte, que está ligada aos quadrinhos, como o Mutarelli, que faz literatura e faz quadrinhos. É um outro ramo, um outro nível de produção.

Claro que as bancas da minha infância havia mais títulos. Mas a gente ta vivendo uma mudança nos meios de comunicação com a informática e com o cinema baseado na informática. Isso de certa forma tira o público dos quadrinhos. Talvez os quadrinhos estejam se tornando um objeto mais de culto, para um público mais adulto, que vai buscar nas livrarias especializadas o seu livro, o seu álbum. Mas sempre vai haver os quadrinhos de massa. Eles sempre vão existir, como o mangá é um fenômeno que não se esperava que acontecesse. Quando as publicações de super-herói entraram em crise, apareceram os mangás, que vendem mais ainda. Não acredito que os quadrinhos no suporte papel vão se acabar.

3º CinePort em João Pessoa (PB)

A amiga Rosana dá a dica do além- fronteira Pernambuco-Paraíba: segue até domingo, 13 de maio, o 3º CinePort – Festival de Cinema de Países de Lìngua Portuguesa, desta vez sediado em João Pessoa (PB).

Na programação estão filmes do Brasil, Moçambique, Angola e Portugal.

O festival itinerante (realizado em Cataguazes-MG em 2005, e em Portugal em 2006) teve início no último sábado (5), com a exibição de “O Engenho de Zé Lins”, o novo filme do paraibano Vladimir Carvalho (irmão de Walter Carvalho), grande homenageado deste ano com o troféu Humberto Mauro.

João Pessoa-PB comemora o Dia Mundial do Desenhista

Quinze de abril, é o Dia Mundial do Desenhista. Enquanto o site da FTD comemora com a música Aquarela, de Toquinho, o Quadro Mágico conseguiu apurar um evento comemorativo em João Pessoa-PB: uma exposição de sete artistas paraibanos.

Abaixo, matéria publicada no Jornal de Paraíba sobre o evento:

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Fazendo graça com o cotidiano
ANDRÉ CANANÉA

Eles são responsáveis pela graça do nosso dia-a-dia. Com a habilidade e o talento de desenhar e construir frases e diálogos memoráveis, os chargistas, cartunistas e caricaturistas costumam criticar, com muito bom humor, as situações políticas e sociais do nosso cotidiano. E alguns desses trabalhos feitos aqui mesmo, na Paraíba, estarão expostos, a partir desta segunda-feira, na Sala de Exposição Tomaz Santa Roza, no Casarão dos Azulejos, em João Pessoa.

Trata-se da mostra coletiva “Criadores do Humor”, que reúne 28 trabalhos, entre charges, caricaturas, cartuns e ilustrações de sete paraibanos de renome na área: Cristóvam Tadeu, Domingos Sávio, Fred Ozanan, Henrique Magalhães, Luzardo Alves, Régis Soares e William Medeiros. A abertura da exposição está marcada para as 19h30 com apresentação de música ao vivo, performance teatral e exibição de vídeos. A ação da Subsecretaria de Cultura do Estado é uma homenagem ao Dia Mundial do Desenhista, comemorado no dia 15 de abril. A exposição fica aberta à visitação até final de abril, das 12h às 17h.

Apesar de comumente serem confundidos, charge, cartum e caricatura são tipos de desenho bem distintos. A charge é uma crítica baseada em fatos reais, em acontecimentos do cotidiano. “A charge é uma palavra de origem francesa que significa ‘carga’. Então os ilustradores soltavam na charge toda sua ‘carga’ crítica e irônica através dos desenhos”, ensina William Medeiros, um dos grandes caricaturistas do Estado, que tem uma grande contribuição também como chargista.

Ao contrário da charge, o cartum não tem amarras com fatos reais. “É uma piada desenhada, com um tema universal, um tema livre”, conceitua William. Já a caricatura é uma distorção da fisionomia de uma pessoa. “Muita gente confunde charge e caricatura, mas são coisas distintas. A caricatura pode fazer parte da charge”, explica. Alunos da UFPB também mostrarão seus dotes artísticos na coletiva. Alisson Ricardo, Galdino Otten, Jacqueline Lima, Leonildo Galdino, Maximiano Fernandes, Miguel Felipe, Nícollas Golzio, Raoni Xavier e Ricardo Jaime – a maioria design ou ilustrador.