Brasília, Pernambuco

Marcelo Lordello dirige Maria Luiza Tavares em “Eles voltam”, que estreia amanhã (terça)

Acabo de chegar à Brasília, onde cubro para o portal Cinema Pernambucano (e também para este site) o 45ª edição do mais antigo festival de cinema do país. Este ano o sabor é especial para Pernambuco, que tem o maior número de concorrentes em competição, a começar amanhã com o curta “Câmara escura”, de Marcelo Pedroso.

Além dele, representam o estado os longas de ficção “Boa sorte, meu amor“, de Daniel Aragão; “Era uma vez eu, Verônica“, de Marcelo Gomes; “Eles voltam”, de Marcelo Lordello; o longa documentário “Doméstica”, de Gabriel Mascaro; e os curtas “Canção para minha irmã”, de Pedro Severien; e “A onda traz, o vento leva”, também de Mascaro. Fora de competição está “O som ao redor“, de Kleber Mendonça Filho, o que totaliza oito filmes na seleção oficial.

Ventos sopram a favor. A onipresença pernambucana na capital federal reflete o crescente reconhecimento desta produção, que desde a retomada nos anos 1990 rendeu três gerações de realizadores. O veterano é Gomes, que com “Cinema, Aspirinas e urubus” (2005) e “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2009, com Karim Aïnouz) deu provas de vitalidade e apontou caminhos como poucos realizadores contemporâneos. Agora ele apresenta seu terceiro longa, estrelado por Hermila Guedes.

“Câmara escura”, de Marcelo Pedroso, abre a competição amanhã (terça)

Desde “KFZ-1348”, Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso seguem caminhos distintos, de identidades próprias. Enquanto o primeiro realizou os longas “Um lugar ao Sol” (2009), “Avenida Brasília Formosa” (2011) e “As aventuras de Paulo Brusky” (2010), Pedroso realizou o média “Balsa” (2009), os curtas “Aeroporto” (2010) e “Kaosnavial” (2011) e o longa “Pacific” (2010). Com “Doméstica”, em que filhos da classe média são convidados a filmar suas empregadas e “Câmara escura”, documentário que inverte a lógica invasiva das câmeras de segurança ao buscar um olhar livre de qualquer referência estética preliminar, Mascaro e Pedroso devem ser dos mais provocantes do festival.

Daniel Aragão e Marcelo Lordello são os estreantes no formato de longa duração. Aragão começou em 2006 com o curta “A conta-gotas” e antes do novo trabalho, dirigiu “Uma vida e outra” (2007), “Solidão pública” (2008) e “Não me deixe em casa” (2009).

Em 2010, Lordello competiu no 43º Festival de Brasília com o documentário “Vigias”. Em “Eles voltam”, sua primeira ficção em longa-metragem, ele amplia o universo estabelecido no curta “Nº 27” (2008). Inclusive ao escalar para o papel principal a atriz-mirim Maria Luiza Tavares, já presente no curta.

Em abril, Pedro Severien estreou no Cine PE seu novo curta, “Canção para minha irmã”, um conto triste e musical sobre a dor da separação. Ontem mesmo esteve com ele no Festival de Curtas de Belo Horizonte e, após Brasília, vai para o disputado Festival do Rio como o único representante pernambucano.

Amanhã, mais notícias.

(Portal Cinema Pernambucano, 17/09/2012)