6º Curta Taquary – balanço e premiação

1452021_523320047759785_15209702_n
O Cine Santo Amaro voltou a viver dias de glória durante o 6º Curta Taquary – Festival Nacional de Curta-Metragem, realizado entre 4 e 8 de novembro, no agreste pernambucano. Durante cinco dias, mais de 200 curtas foram exibidos, quase sem intervalos. Durante o dia, mostras voltadas para o público infanto-juvenil receberam estudantes de três escolas municipais. As tardes foram dedicadas às cinematografias regionais, que ganharam os próprios panoramas: Goiás, Rio Grande do Norte e Alagoas. À noite, o evento recebeu as mostras competitivas.
Construído na década de 1960, o Cine Santo Amaro fechou as portas há mais de 20 anos para voltar desde que Alexandre Soares idealizou o festival, sediado em Taquaritinga do Norte, a 190 km do Recife. A abertura da mostra oficial competitiva, na noite de terça (5), foi marcada por fortes emoções. Primeiro, com a homenagem a Jean-Claude Bernardet, 77 anos, professor emérito da ECA-USP, ator e um dos críticos de cinema mais respeitados do país. “É importante que esta homenagem aconteça for do eixo Rio-São Paulo. E mais ainda por ser no interior pernambucano. Estamos fora do eixo ao quadrado”, disse Jean-Claude, após receber a honraria das mãos de um grupo de críticos convidados pelo festival: Christian Petermann (SP), Heitor Augusto (SP), Edu Fernandes (SP), Alexandre Figueiroa (PE), Renato Félix (PB) e André Dib (PE).
 Jean-Claude Bernardet e o ator paulista Valter Bahia
Jean-Claude Bernardet e o ator paulista Valter Bahia
A programação da quarta-feira (6) começou com um encontro de diretores de festivais de cinema de Pernambuco, com o objetivo de criar um fórum para o setor. Estiveram presentes representantes dos festivais Curta Taquary (Taquaritinga do Norte), Festival de Triunfo, Animage (Recife), Brasil Stop Motion (Recife), Cine PE (Recife/Olinda), Mostra Canavial (Zona da Mata), Recifest (Recife), Festival do Making Of (Recife), Festcine (Recife), Cine Chinelo No Pé (Recife), Cinema Volante Luar do Sertão e Vale Curtas (Petrolina). O fórum deve se efetivar no Recife durante o 14º FestiCine, em dezembro.
Premiação – O Curta Taquary encerrou sua 6ª edição na noite de sexta (8), comemorando o público de 3.464 pessoas. É um número recorde na história do festival, que reflete o crescimento da programação (outro recorde, 201 curtas), exibida ao longo de cinco dias. “Este anos trouxemos títulos de 15 estados brasileiros e ainda obras de 16 países, contando com as mostras Latino-Americana e Animage”, diz Emanuel Dias, produtor do festival. “Para o ano que vem, o objetivo é fazer parcerias com outros festivais e cinematografias estrangeiras”, diz Alexandre Soares, diretor do Curta Taquary.
A cerimônia de premiação consagrou o curta “O que tenho, lembro”, de Rafhael Barbosa, como o melhor do festival. A produção alagoana que traduz de forma poética e humana os sintomas do mal de Alzheimer ganhou quatro prêmios, entre eles o de melhor da mostra competitiva nacional de ficção, edição, fotografia e o prêmio do júri popular, formado por alunos da oficina de crítica ministrada durante o evento.
Outros trabalhos que tiveram destaque foram os curtas “A guerra dos gibis” (SP), de Rafael Terpins e Thiago Mendonça (melhor curta e edição na categoria documentário) e “Cabeça Papelão” (RJ), de Quiá Rodrigues (melhor curta, direção e fotografia na categoria animação. Na Mostra Primeiros Passos, o principal vencedor foi o paraibano “Sophia”, de Kennel Rógis (melhor curta, roteiro e fotografia), que mostra a tentativa de uma mãe em fazer sua filha deficiente auditiva experimentar a sensação sonora.
A homenagem a Prazeres Barbosa foi um show à parte. A atriz caruaruense entrou no palco cantando “Fita Amarela”, de Noel Rosa, para depois agradecer à honraria. “Estou feliz pois me sinto mais gente, diante de pessoas tão comuns como eu. Alguns preferem a busca pelo dinheiro. Optei por regar amigos, não fosse por eles este momento não existiria”. Logo depois, Prazeres interpretou uma personagem em homenagem à escritora paraibana Lourdes Ramalho, atualmente com 92 anos, autora de textos que iniciaram Prazeres na carreira de atriz.
PREMIAÇÃO – 6º CURTA TAQUARY
MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL – FICÇÃO
MELHOR CURTA: “O QUE LEMBRO TENHO”, DE RAFAEL BARBOSA
MELHOR DIREÇÃO: MARCUS VILAR, por “O TERCEIRO VELHO”
MELHOR ATOR: JESUÍTA BARBOSA, por “O MELHOR AMIGO”
MELHOR ATRIZ: LÉA GARCIA, por “ACALANTO”
MELHOR ROTEIRO: ARTURO SABÓIA, por “ACALANTO”
MELHOR EDIÇÃO: PEDRO OCTÁVIO BRANDÃO, por “O QUE LEMBRO TENHO”
MELHOR FOTOGRAFIA: MICHEL RIOS, por “O QUE LEMBRO TENHO”
MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL – DOCUMENTÁRIO
MELHOR CURTA: A GUERRA DOS GIBIS”, DE RAFAEL TERPINS E TIAGO BRANDIMARTE
MELHOR DIREÇÃO: LÉO TABOSA, POR “TUBARÃO”
MELHOR EDIÇÃO: TIAGO BRANDIMARTE, POR “A GUERRA DOS GIBIS”
MELHOR FOTOGRAFIA: LUIZ BARBOSA, POR “A QUEIMA”
MELHOR ROTEIRO: PAULA LICE, RODRIGO LUNA E RONEY JORGE, EM “JESSY”
MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL – ANIMAÇÃO
MELHOR CURTA: “CABEÇA PAPELÃO”, DE QUIÁ RODRIGUES
MELHOR DIREÇÃO: QUIÁ RODRIGUES, POR “CABEÇA PAPELÃO”
MELHOR EDIÇÃO: JONAS BRANDÃO, POR “ENGOLE OU COSPERVILHA”
MELHOR FOTOGRAFIA: QUIÁ RODRIGUES, POR “CABEÇA PAPELÃO”
MELHOR ROTEIRO: LISANDRO SANTOS, POR “A ÚLTIMA REUNIÃO DANÇANTE”
PRÊMIO DO JÚRI POPULAR PARA O MELHOR FILME DA MOSTRA NACIONAL: “O QUE TENHO, LEMBRO”, DE RAFHAEL BARBOSA
MOSTRA COMPETITIVA PRIMEIROS PASSOS
FICÇÃO
MELHOR CURTA: “SOPHIA”, DE KENNEL RÓGIS
MELHOR DIREÇÃO: NICOLAS THOMÉ, por “ALGUNS DIAS ANTES E OUTROS DEPOIS” e KENNEL RÓGIS, por “SOPHIA”
MELHOR ROTEIRO: KENNEL RÓGIS, por “SOPHIA”
MELHOR ATRIZ: MELISSA GAVA, por “COLINAS COMO ELEFANTES BRANCOS”
MELHOR ATOR: PEDRO GUIMARÁES, por “CANCHA – ANTIGAMENTE ERA MAIS MODERNO”
MELHOR EDIÇÃO: LUCAS CAMARGO, por “ALGUNS DIAS ANTES E OUTROS DEPOIS”, de Nicolas Thomé e Zetuni
MELHOR FOTOGRAFIA: BRENO CÉSAR, por “SOPHIA”
DOCUMENTÁRIO
MELHOR CURTA: “ABRAÇOS DE MARÉ”, DE VITOR CIRÍACO.
MELHOR DIREÇÃO: VITOR CIRÍACO, por “ABRAÇOS DE MARÉ”
MELHOR ROTEIRO: VITOR CIRÍACO, HÉLIO RONIVON E LUARA SHAMÓ, por “ABRAÇOS DE MARÉ”
MELHOR EDIÇÃO: ELY MARQUES, por “CANCHA – ANTIGAMENTE ERA MAIS MODERNO”
MELHOR FOTOGRAFIA: BRENO CÉSAR, por “CANCHA – ANTIGAMENTE ERA MAIS MODERNO”
MOSTRA COMPETITIVA DÁLIA DA SERRA
MELHOR CURTA: “O CANTO”, DE GABRIEL RODRIGUES
MELHOR DIREÇÃO: GABRIEL RODRIGES, POR “O CANTO”
MELHOR ATOR: BRUNO LUCIANO, POR “O CANTO”
MELHOR ATRIZ: DIANA VALENTE, POR “O TOQUE”
MELHOR ROTEIRO: JOSEFA ROSEMARY, POR “JOSEFA DE TANTAS JOSEFAS
MELHOR FOTOGRAFIA: COLETIVO ESCOLA JOSÉ AMÉRICO, POR “PEDRO AMÉRICO”
MELHOR EDIÇÃO: SIVONALDO ARAÚJO, POR “JOSEFA DE TANTAS JOSEFAS”
MENÇÃO HONROSA PARA O PERSONAGEM BARDIGÃO, DO FILME “A ARTE DE FAZER POESIA CANTADA” E PARA O RIO CAPIBARIBE, EM “AFOGADOS EM LEMBRANÇAS”
MELHOR CURTA FANTÁSTICO: “A VIDA PLURAL DE LAYKA”, DE NECO TABOSA
PRÊMIO ASA BRANCA DE INCENTIVO AO AUDIOVISUAL: “O MELHOR AMIGO”, DE ALLAN DEBERTON
PRÊMIO OLHAR FEMININO: “TROCAM-SE BOLINHOS POR HISTORIAS DE VIDA”, DE DENISE MARCHI

Deixe um comentário