Confirmado para setembro o 9º Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco – veja as novidades

Boas notícias no mundo das artes gráficas. A organização do Festival Internacional de Humor e Quadrinhos confirmou sua nona edição, e antecipou algumas novidades sobre o evento que mais atrai visitantes ao Observatório Malakoff. A mudança mais visível é no calendário: o FIHQ foi transferido para setembro, cinco meses distante da época tradicionalmente reservada a ele.

“Nós já queríamos mudar a data há muito tempo. Em abril chove e venta muito, e isso prejudicava as atividades como exposições, feiras de quadrinhos, e palestras de convidados de outros estados e países. Por isso, a época ideal é durante o verão”, explica João Lin, presidente da Associação dos Cartunistas Pernambucanos, a entidade que organiza o festival junto com a Fundarpe.

A confirmação marca o fim das incertezas sobre a continuidade do evento, surgidas com o fim do governo Jarbas Vasconcelos, gestão na qual o FIHQ foi criado. Apesar de ser considerado um dos melhores festivais do país, ele teria condições de se reinventar para se desvincular da imagem associada ao governo anterior?

O novo governo estadual agiu positivamente, e se mostrou favorável à continuidade do festival desde a primeira negociação com a Acape. De janeiro para cá, eles vêm discutindo melhorias no formato do evento, na perspectiva de investir na educação e na interiorização. Ou seja, o FIHQ fica, e a edição deste ano arrisca ser a melhor de todos os tempos.

“A proposta da nova gestão em vincular educação e cultura encaixou com a nossa”, comemora João Lin. Ele adianta que haverá oficinas exclusivas e gratuitas para professores e alunos da rede pública, sobre teoria e prática das artes gráficas, um bom começo para a discussão da linguagem dos quadrinhos em sala de aula.

Outra surpresa em vias de se concretizar é a itinerância das exposições, o que permitirá ao público do interior do estado ter acesso a uma produção mundial até então restrita à capital. “Sempre desejamos isso. É um desperdício ter uma exposição montada e não percorrer outras cidades de Pernambuco”, afirma Lin.

E atenção, artistas: agora, o primeiro lugar em cada categoria ganha R$ 6 mil, R$ 2 mil a mais do que no ano passado. Assim, em termos de $$, o “novo” FIHQ só fica atrás do Salão de Humor das Cataratas do Iguaçu (PR), cujo prêmio é de U$ 10 mil (aproximadamente R$ 20 mil), e se equipara ao Salão Carioca de Humor(RJ).

Na edição de 2006, indicada para o troféu HQ Mix como um dos melhores festivais de quadrinhos do ano, o FIHQ inovou ao abrir no ano passado uma quinta categoria competitiva inédita no Brasil (ilustração editorial), e ousou politicamente ao colocar na mesma comissão julgadora um artista árabe (Naif Al-Mutawa) e um norte-americano (Peter Kuper).

Este ano, as inscrições devem começar em julho, e seguirão abertas durante 45 dias, para as categorias cartum/desenho de humor, charge, história em quadrinhos, caricatura e ilustração editorial. A cada edição, o evento recebe uma média de 400 trabalhos de 20 diferentes países.

Oi Kabum: Jovens artistas saindo do forno

Nesta sexta (13), a partir das 16h, acontece a Mostra Aí Kabum! – I Exposição dos Jovens do Projeto Oi Kabum!. A exposição é resultado de um projeto mantido pela escola de arte e tecnologia Oi Kabum!, que visa capacitar jovens com aulas de fotografia, vídeo e outras áreas produtivas da cultura. A atividade é fruto de uma parceria entre a ONG Auçuba, a Oi Futuro e a Prefeitura do Recife. O endereço de lá é Rua do Bom Jesus, 147 – Recife Antigo, e o telefone para visitas guiadas, 3224-0281. A exposição ficará aberta durante um mês, entre 16 de abril e 16 de maio (segunda à sexta), das 14h às 18h.

Entre os instrutores do projeto está o artista gráfico João Lin, responsável pelas aulas de design ao lado de Rosana Aires. A julgar pelo excelente nível cartaz acima (clique para ampliar), de autoria de Fred Silva, 19 anos, os alunos aprenderam rapidinho. Orientado para criar um desenho inspirado no artista plástico Mondrian, Fred Silva extrapolou as expectativas criando numa estética bem parecida com a do gaúcho Fábio Zimbres. Seu cartaz foi selecionado entre 20 trabalhos da classe, segundo João Lin, todos muito bons. Ou seja, parabéns à turma de estreantes!

Ragú na Folha de São Paulo

A revista pernambucana Ragú foi assunto da Folha de São Paulo da última segunda-feira (26 de março). Na matéria, Pedro Cirne atribui à publicação qualidades como “atípica”, “singular” e “independente”. O mesmo texto ainda trata do lançamento da revista paulista Tulípio. Leia abaixo, a resenha, na íntegra:

Nova “Ragú” traz o diverso do Brasil
Revista de Pernambuco aposta em diferentes traços e temas; a gratuita “Tulípio” tem tiragem de 15 mil

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A revista vem de Pernambuco, mas os autores são de vários lugares do Brasil. O novo número da publicação independente “Ragú” acaba de ser lançado e, com ele, a oportunidade de ver trabalhos dos pernambucanos João Lin e Mascaro, do mineiro Lelis e dos gaúchos Fábio Zimbres e Gazzelli.

“Ragú” é uma revista atípica no mercado brasileiro. Além de trazer um alto número de artistas nacionais (17, além do alemão Hendrik Dorgathen), a publicação oferece uma grande variedade de estilos.

Assim a bonita e triste “O Pai”, de Mascaro, é bem diferente da experimental “Fim – E Viveram Felizes para Sempre…”, de Daniel Caballero.

Esta era uma das propostas dos criadores quando surgiu a “Ragú” número zero, em 2000, e que se mostra ainda forte sete anos depois: trazer quadrinho autoral, com a cara do criador.

Algo distante dos mangás ou das histórias de super-heróis e que às vezes é até difícil de enquadrar em algum gênero convencional, como o “Desenho Cop”, de Jaca.
Outra proposta era mostrar a diversidade brasileira, dos estilos à seleção de temas. Não há menção a samba ou futebol, mas há uma história sobre meninos de rua, de Mascaro, e uma homenagem de Fábio Zimbres ao livro “Macunaíma”, de Mário de Andrade.

Isso não significa que é necessário abordar, sempre, valores nacionais para sair em “Ragú”. A maioria das histórias tem temas universais, como violência, e há até a adaptação de um texto escrito em sânscrito. Mas há uma identidade, uma independência na criação das histórias, que torna “Ragú” uma revista singular.

Tulípio

Há outra novidade entre os quadrinhos independentes, no eixo Rio-São Paulo: o quarto número da revista de humor “Tulípio”, de Eduardo Rodrigues (texto) e Stocker (arte).
Autêntica “leitura de boteco”, a revista de distribuição gratuita é estrelada por Tulípio, que sempre é retratado dentro de um bar, normalmente pedindo mais uma dose ao garçom ou tentando, em vão, atrair a atenção de mulheres bonitas.

“Tulípio” chega aos 15 mil exemplares. Além disso, irá, pela primeira vez, ser distribuída fora de São Paulo: em cinco bares no Rio, além de em 15 na capital paulista. Se Tulípio, o boêmio, de fato existisse, certamente brindaria a isso. Mais de uma vez.

Lançamento do livro Frank Zappa – Detritos Cósmicos

Pra quem mora em São Paulo, a Conrad Editora convida para uma noite de autógrafos, com a presença de Fábio Massari e outros participantes da coletânea. Mais informações no post abaixo.

Lançamento do livro Zappa – Detritos Cósmicos
Quando: 29 de março (quinta-feira), a partir das 19h30
Onde: Livraria da Vila
Endereço: Rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena – SP/ SP
Entrada franca

Artistas pernambucanos em homenagem a Frank Zappa

A Conrad Editora acaba de publicar uma coletânea sobre Frank Zappa, “Zappa – detritos cósmicos“, organizada por Fábio Massari, o crítico e pesquisador musical fissurado pelo guitarrista amalucado e bigodudo falecido em 1993. Longe do saudosismo “ah, que falta ele nos faz”, o livro tem a participação de 38 músicos, escritores, jornalistas e artistas gráficos, entre eles Fernando Bonassi, Wander Wildner, Cláudio Tognolli, Angeli, Caco Galhardo, Alan Sieber, o bluseiro André Chrstovam, Rogério Skylab, e os pernambucanos Neilton (guitarrista da Devotos), Flavão e João Lin (do coletivo de ilustradores Ragú).

“Recebi o convite através de Neilton. O Massari, que conhece a Ragú, pediu para Neilton entrar em contato comigo, Flavão, Mascaro e Amaral (do Piauí). Topei de primeira, porque também gosto da música do Zappa, não conheço profundamente, mas curto muito o espírito de experimentação e o humor corrosivo da músca dele”, disse João Lin, a este blog, para o qual enviou o nada careta desenho com o qual participa da coletânea:

Abaixo, a HQ de Alan Sieber (clique para ampliar):