Sem fronteiras para a arte

De hoje a 9 de março, entra em cartaz no Centro Cultural Correios (CCC, no Recife Antigo), a exposição Partido gráfico, com trabalhos inéditos de João Lin, Mascaro, Fernando Duarte e Paulo Régis. O evento também marca o lançamento de um coletivo formado pelos artistas, de estilos e temática diferentes, com a intenção de borrar a fronteira entre artes plásticas e gráficas.

Nesse sentido, a galeria talvez seja o lugar ideal para esse encontro. Montada no terceiro andar do centro cultural, cada artista ocupa uma das paredes do salão. “Consegui pauta para uma exposição individual, mas resolvi convidar Mascaro, Lin e Fernando”, conta Régis, que apresenta uma série de 30 bigornas, objeto popularmente conhecido como pé de ferro. O artista usa diferentes técnicas: grafite, litogravura e recorte, inspirado em cartomas de Aloísio Magalhães.

Editor de arte do Diario e co-fundador da revista Ragu, Mascaro traz em seus desenhos a influência da ilustração editorial e da história em quadrinhos. No entanto, eles foram feitos com uma liberdade que não lhe é permitida no exercício profissional. Alguns deles já foram publicados na seção Um Desenho, do Viver, e traduzem o estado de espírito urbano, moldado pela realidade social. “É um trabalho que fiz por prazer. Para, antes de tudo, me satisfazer, divertir e como forma de relaxar da formatação do universo editorial”.

O trabalho de Fernando Duarte, com quem Régis já tinha dialogado em longínqua exposição nos Correios da Av. Guararapes, e João e Mascaro na coleção Olho de bolso, editado pela Livrinho de Papel Finíssimo, chama a atenção tanto pela forma – três rolos de papel vegetal estendidos horizontalmente por uma parede de 15 metros – quanto pela impactante série de 30 personagens pintados em nanquim, com interferências de carimbos e poemas escritos à mão.

Divididos em pequenos quadros, os 24 personagens de João Lin apontam para o talento do artista em desenvolver marca própria e cada vez mais refinada, arriscando definir, um “zen-cubismo”, baseado em linhas geométricas e ilusões de ótica que brincam com a profundidade, dimensões e cores. Cada personagem pode ser “lido” em pequenos quadros, por sua vez habitados por outros personagens ou labirintos. “Descobri uma influência não-consciente de um painel feito por Lula Cardoso Ayres para o Cinema São Luiz, onde fui pela primeira vez quando tinha nove anos. Assim como do tratamento geométrico e de paleta de cores de Luiz Notari, com quem tive aulas de pintura”, conta Lin.

Haverá uma continuidade para o Partido Gráfico? Mascaro diz que pode acontecer. “Desta vez, estamos nos apresentando individualmente. Numa próxima talvez tenha outro elo, com um tema ou gancho específico”.

(Diario de Pernambuco, 01/02/2012)

Ragu reafirma liberdade editorial


Ilustração de Fernando Perez na nova Ragu

Nos últimos anos, a produção de quadrinhos autorais no Brasil vem crescendo a passos largos. Ainda assim, raras publicações dão vazão a este material. Nem sempre obras de inegável qualidade artística encontram espaço no mercado. A resposta pode estar em projetos como a Ragu, que completa dez anos com o lançamento de sua maior e mais bem cuidada edição. A noite de autógrafos será hoje, às 21h, no Bar Central (Rua Mamede Simões – Boa Vista).

A Ragu nasceu como revista em quadrinhos, para apresentar uma nova geração de artistas pernambucanos. Dez anos depois, reconhecida como uma das melhores antologias de artes gráficas do país, ela chega ao formato livro. O porte da edição, se comparado com o início, é impressionante: 240 páginas, capa dura e tiragem de 1.200 exemplares, viabilizados por recursos do Funcultura / Fundarpe.

Ao reunir 33 colaboradores de seis países,a sétima Ragu se afirma como mapa da atual produção autoral latino-americana. Os brasileiros são Allan Sieber, Andrés Sandoval, Daniel Cabballero, Daniel Bueno, D’Salete, Guazzelli, Gabriel Góes, Walter Vasconcelos, Silvino, Jarbas, Greg, Mascaro, João Lin, Fábio Zimbres, Fernando Almeida, Joana Lira, Fernando Lopes, Fernando Peres, Kleber Sales, Chiquinha, Caio Gomez, Rodrigo Rosa e Samuca. Os estrangeiros são Àngel de la Calle, Alberto Vazquez e Brais Rodriguez (Espanha), Joaquin Cuevas, Alejandro Archondo e Al Azar (Bolívia), Frank Arbelo (Cuba), Jorge Perez e Avril Filomeno (Peru) e Ariel López (Argentina).

De acordo com João Lin e Mascaro, os organizadores, a ideia desta nova fase é lançar uma edição por ano. “Temos material suficiente para a próxima”, diz João Lin, que reafirma o caminho de independência após tentativas de estabelecer parceria com editoras do Sudeste. “Assumimos esse caminho para preservar a qualidade e liberdade editorial”.


Cartum de João Lin

Lin explica que o atual intercâmbio com os “hermanos” está sendo articulado há dois anos, desde o último Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco. “Queremos criar laços com artistas dos países vizinhos, que guardam características próximas às nossas e refletem sobre seu tempo”. Talvez o maior exemplo dessa busca esteja na colaboração do gaúcho Eloar Guazzelli (que também assina a arte da capa), criada após sua visita que fez à Bolívia em junho, quando foi um dos convidados do festival Viñetas Con Altura, em La Paz.

A nova Ragu ainda traz o Recife desenhado por Saul Steinberg (1915-1999), ilustrador romeno famoso por suas colaborações para a revista New Yorker. Praticamente inédito, o material foi encontrado pelo designer gráfico Daniel Bueno, durante seu mestrado sobre a contribuição de Steinberg para o desenvolvimento do cartum e artes gráficas modernos. A viagem de Steinberg pelo Brasil dos anos 50 rendeu três cadernos sobre as cidades que visitou.


Esboço de Steinberg sobre o Recife, de 1956

“A imagem do Recife, até onde eu sei, só foi publicada no livro The Passport e recentemente na Revistada Unicamp, em tamanho pequeno”, diz Bueno. A publicação foi autorizada pela Steinberg Foundation de Nova York. “Eles não tinham clareza sobre as imagens, não sabiam que praticamente todos os desenhos dos cadernos eram sobre o Brasil”.

Nos próximos 30 dias, a Ragu será lançada na Espanha, durante o festival Viñetas desde o Atlântico, coordenado por Miguelanxo Prado, em São Paulo (dia 24), na sede da livraria HQ Mix e em La Paz (03/09), no espaço cultural C +C.

Durante o lançamento, o livro estará à venda por R$ 30. A partir da próxima segunda-feira, ele pode ser comprado por cerca de R$ 40 na Livraria Cultura e em lojas especializadas. Pedidos também podem ser feitos diretamente, pelo e-mail joaolin@terra.com.br ou telefone (81) 3232-3041.

Serviço
Lançamento da Ragú 7
Quando: Hoje, às 21h
Onde: Bar Central (Rua Mamede Simões – Boa Vista)
Quanto: R$ 30, no lançamento

Capa da nova Ragu, por Guazzelli


A nova Ragu, por Eloar Guazzelli

Vale a pena reforçar, desta vez com a imagem da capa e mais informações.

Quinta-feira chega o novo volume da Ragu, um dos melhores projetos de quadrinhos e arte gráfica do Brasil.

O lançamento será no Bar Central (Rua Mamede Simões, Boa Vista – Recife), às 21h.

Allan Sieber, Fábio Zimbres e Daniel Bueno são alguns dos colaboradores da sétima edição da coletânea.

No total, são 33 artistas, dez de língua espanhola, egressos da Espanha, Bolívia, Cuba, Peru e Argentina.

Eis a lista completa:

Brasileiros – Allan Sieber, Andrés Sandoval, Daniel Cabballero, Bueno, D’Salete, Guazzelli, Gabriel Góes, Walter Vasconcelos, Silvino, Jarbas, Greg, Mascaro, João Lin, Fábio Zimbres, Fernando Almeida, Joana Lira, Fernando Lopes, Fernando Peres, Kleber Sales, Chiquinha, Caio Gomez, Rodrigo Rosa e Samuca.

Espanha – Àngel de la Calle, Alberto Vazquez, Brais Rodriguez; Bolívia – Joaquin Cuevas, Alejandro Archondo, Al Azar; Cuba – Frank Arbelo; Peru – Jorge Perez, Avril Filomeno; Argentina – Ariel Lopez.

A Ragu 7 estará à venda por R$ 30, no local. E também na rede da Livraria Cultura.

Nova Ragú chega na quinta

Quinta que vem chega o novo volume da Ragú, um dos melhores projetos de quadrinhos e arte gráfica do Brasil.

O lançamento será no Bar Central (Rua Mamede Simões, Boa Vista – Recife).

Esta será a sétima edição da coletânea (sem contar o histórico número zero, de 1999).

Os editores João Li e Mascaro adiantaram ao Quadro Mágico que esta será a maior e mais bem cuidada edição desde que a série ganhou as ruas, há exatos 10 anos.

A edição, que faz uma homenagem à América Latina, terá 240 páginas e capa dura com arte do artista gaúcho Eloar Guazzelli.

Este ano, Guazzelli lançou uma bela versão em HQ para a peça O pagador de promessas e assinou a capa da edição de abril da revista Piauí.

Ele participa da Ragú com uma história criada a partir da visita que fez à Bolívia em junho, quando foi um dos convidados do Festival Viñetas Con Altura, em La Paz.

Os demais convidados ainda não foram revelado, mas é certo, além de Guazzelli, Mascaro e Lin, a Ragú deve trazer novos trabalhos dos pernambucanos Greg, Flavão, Jarbas e Samuca, longevos colaboradores da publicação.

Olavo Bilac e companhia em HQs da Domínio Público

Renato L // Diario
renatol@diariodepernambuco.com.br

O projeto Domínio público – literatura em quadrinhos, idealizado pelos pernambucanos João Lin e Mascaro (editor de arte do Diario e do Aqui PE), colocou um desafio instigante diante de um grupo de jornalistas e quadrinistas: adaptar para o universo dos comics uma série de narrativas de autores brasileiros canônicos como Machado de Assis, Augusto dos Anjos, Olavo Bilac e Lima Barreto. Lançado de forma independente em 2006, o primeiro volume retorna às prateleiras pela editora DCL, com outro formato gráfico, que reforça a riqueza narrativa e visual das histórias selecionadas.

João Lin e Mascaro aproveitam no novo projeto a experiência adquirida com a revista Ragú, produzida por eles, que já está na sétima edição – um feito e tanto em um mercado rarefeito para os quadrinhos como o nordestino. O título da nova empreitada dá uma pista dos objetivos da dupla: driblar as restrições cada vez mais contestadas das leis de direito autoral e divulgar a obra de autores muito citados, mas, às vezes, pouco lidos. “Sempre acreditamos no potencial desse produto para sair do gueto underground. O acordo firmado com a DCL nos dá uma distribuição nacional mais eficiente”, afirma Mascaro.

A entrada em cena da editora paulista tem uma explicação: o governo federal incorporou os quadrinhos ao Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), um projeto instituído em 1997 para facilitar o acesso de professores e alunos aos bens culturais. Esse mercado estatal, cobiçado por toda a indústria do livro brasileira, possibilita que uma obra como Domínio público alcance uma tiragem inicial em torno dos 15 mil exemplares. Agora, a estudantada – mas não só eles, claro – pode conhecer com mais facilidade as adaptações para quadrinhos de contos como O homem que sabia javanês (Lima Barreto), A cartomante (Machado de Assis) e O soldado Jacob (Medeiros e Albuquerque).

“Trabalhar com material desses nomes canônicos foi uma maneira de contornar a escassez de bons roteiros dos quadrinhos nacionais”, afirma Mascaro. Para escolher as duplas de adaptadores e ilustradores, ele e João Lin levaram em conta a compatibilidade dos potenciais convidados com o estilo dos contos originais. “Em alguns casos, a adaptação foi feita antes da quadrinização. Em outros, se deu exatamente o contrário. As duplas tiveram autonomia para decidir sua maneira de funcionar”, conta Mascaro. Vários jornalistas pernambucanos – ou radicados no Estado – estão entre os escolhidos pelos idealizadores, como Júlio Cavani e André Dib, ambos repórteres do Viver, e de Lydia Barros,ex-editora do Viver.

O segundo volume da série Domínio público, reunindo autores estrangeiros como Bram Stoker e Esopo, também foi publicado de forma independente e pode ser encontrado nas livrarias. Por enquanto, a DCL ainda não confirma seu relançamento nacional. Mas Lin e Mascaro não perdem tempo: eles planejam, agora, um terceiro volume, dedicado ao realismo fantástico.

Coleção Olho de Bolso tem lançamento em São Paulo

A coleção Olho de bolso será lançada em São Paulo, será neste sábado, 29 de março, 19h30.

O evento será na HQ Mix Livraria – Praça Roosevelt, 142, Centro, telefone pra informações: (11) 3258-7740.

Abaixo, texto do release:

Entre os meses de agosto de 2007 e fevereiro de 2008 doze publicações autorais chegam às ruas, ou melhor… Às mãos, olhos e bolsos do Recife. Doze autores das mais variadas vertentes do trabalho imagético foram estimulados a criar um livreto de baixo custo e alta qualidade. Eram eles ilustradores, designers, grafiteiros, cartunistas, quadrinistas, artistas plásticos e um ator de teatro. Todos realizaram suas obras em tamanho A6 e no máximo 32 páginas. O resultado é uma fascinante coleção entre os mais variados universos visuais. Antes restrito ao circuito recifense e agora lançada em São Paulo.

Imagens em trânsito pela cidade. Coleção habitual e urgente. Pensamento icônico do viver e traduzir a experiência partilhada da criação, da recriação, da modificação das coisas do mundo pelo olhar do desenho e da escrita. As poéticas traçadamente desenhadas pelas mãos dos autores revelados, reunidos, religados pela sensação do olhar o mundo, o sonho, fazem desta coleção, já, uma raridade. Mas o que encontrar nessas páginas vindas do Recife?

O abrir do livro, do livreto, abre a imaginação, conduzindo-nos a novas letras, diálogos e outras tantas narrativas ilustrativas que confidenciam algo visual a nos tornar cúmplices, leitores. Há poesia, brincadeira e provocação, como é, sempre, na vida latente e periférica.

Idéia dos novos, muitos nomes e possibilidades de edições outras e variadas. Os de agora são: Laerte Silvino, Serjão, Rodrigo Braga, Maurício Castro, Galo, Greg, Moa, HKE, João Lin, Rosinha, Zaza e Mascaro. Publicação independente da capa a contracapa, pelo meio, mais para cima ou para baixo, no bolso da gente. Livros de qualidade autoral promovendo a parceria entre a Livrinho de Papel FinÍssimo Editora e a RagÚ zine, com apoio institucional da Associação Cultural e Musical da Barriguda e patrocínio da Prefeitura da Cidade do Recife.

9º FIHQ – imagens da abertura (domingo, 16/09)


GRANDE PAINEL COM PERSONAGENS CLÁSSICOS RECEBEM OS VISITANTES DO 9º FIHQ

Fiquei sem acesso à internet nos últimos sete dias.

Por isso, publico somente hoje algumas fotos do evento de abertura do Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco. A nona edição do evento segue até dia 06 de outubro, na Torre Malakoff (exposições) e Oi KAbum! Escola de Arte e Tecnologia (palestras e oficinas).

A festa aconteceu no dia 16 de setembro, das 16h às 20h. Na ocasião foram abertas as exposições e revelados os trabalhos premiados pelo salão.


JOÃO LIN, MASCARO, HKE (LIVRINHO DE PAPEL FINÍSSIMO EDITORA), SAMUCA E JOTA A, REVELAM MAIS UM PREMIADO NA MOSTRA COMPETITIVA

Do começo ao fim, o evento foi animado por palhaços e malabaristas numa performance circence realizada pela ONG Arricirco. Algodão doce, pipoca e churros de graça fizeram a alegria não só da criançada.


JOÃO LIN FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DE PÚBLICO E DA PROFISSIONALIZAÇÃO DOS ARTISTAS

Na abertura estiveram os membros da comissão julgadora, formada pelos artistas gráficos Baptistão (SP), Jota A (MA), Márcio Leite (MG), RAL (PE), os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá (SP), Alejandro Archondo (Bolívia) e Avril Filomeno (peruana radicada na Bolívia), ambos do coletivo de quadrinhos sediado em La Paz, Viñetas com Altura, mais os curadores João Lin, Mascaro e Samuca, da Associação dos Cartunistas Pernambucanos – Acape.


TURMA DA PESADA FAZ A FRENTE DO FIHQ


RAL, O HOMENAGEADO, POSA AO LADO DO BONECO DO BOI MISTERIOSO CONFECCIONADO ESPECIALMENTE PARA SUA EXPOSIÇÃO


VALE A PENA CONHECER A EXPOSIÇÃO DOS IRMÃOS MOON E BÁ


ESPAÇO EXCLUSIVO PARA O TRABALHO DO CARICATURISTA BAPTISTÃO (SP)

Palestra, lançamento e festa no segundo dia de FIHQ

MOON E BÁ FALAM SOBRE SUA EXPERIÊNCIA NA PRODUÇÃO DE QUADRINHOS INDEPENDENTES

Nesta segunda-feira (17) FIHQ dá início à programação de palestras, mas também têm direito à lançamentos e festa.

Começa às 19h, com palestra sobre quadrinhos independentes proferida por quatro latino-americanos.

Dois brasileiros, paulistas, desenhistas e roteiristas, que após dez anos investindo em trabalho autoral, conseguiram entrar no concorrido mercado internacional sem fazer concessões – pelo menos não muitas. Somam-se à dupla um boliviano, Alejandro Archodro, e uma peruana Avil Filomeno, que falarão sobre sua experiência no coletivo sediado em La Paz, Viñetas con Altura.

A palestra será na sede da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia (Rua do Bom Jesus, 147, Bairro do Recife).

Logo após, às 21h, tem início o “circuito experimental” do FIHQ, com o lançamento de mais dois volumes da série Olho de Bolso, uma parceria da Livrinho de Papel Finíssimo Editora e o selo Ragú Zine.

A Livraria de Papel Finíssimo Editora é um coletivo de editores e artistas formado por Camilo Maia, Diogo Todé e HKE, e tem por objetivo facilitar o escoamento da produção autoral de quadrinhos, fanzines e outras publicações impressas. Sempre com a meta de não ultrapassar o preço final de R$ 5 por cópia.

A Ragú Zine é um selo do coletivo Ragú, criado para experimentar novos formatos de publicação, mais informal e despojado do que o padrão de conteúdo e qualidade gráfica estabelecidos pelos próprios e visível nas revistas Ragú e na série Domínio Público.

Desta vez, a Olho de Bolso traz a arte de Mascaro, com o título Debris, e Moacir Lago, o Moa, que assina o livrinho Paradoxo. Ambos serão vendidos por módicos R$ 3.

Com eles, a série de doze títulos chega ao número 4. Os dois primeiros, Cartuns Filosóficos, de Silvino, e Umas Visões de Um Mundo, de Serjão, foram lançados mês passado.

Para comemorar o feito, haverá festa, com som ao vivo a cargo do DJ Evandro Q? e da nova banda O Monstro Amor. O show será, de acordo com um dos integrantes, “uma intervenção político-sensorial”.

Tudo isso acontece na sede da Livrinho, batizada Iraq: Rua do Sossego, 179 – Boa Vista, Recife.

Festival Recifense de Literatura terá mesa redonda sobre quadrinhos e literatura

Domínio Público: um bom exemplo de literatura em quadrinhos

O 5º Festival Recifense de Literatura incluiu na programação desta edição a mesa redonda “Quadrinização do Texto Literário“. Ela está marcada para o dia 17 de agosto, às 19h, no auditório da Livraria Cultura (Paço Alfândega – Recife Antigo).

Participam do evento os artistas Mascaro e João Lin , que ao lado do jornalista Mário Hélio, formam o núcleo editor do projeto de literatura em quadrinhos Domínio Público, e Ester Calland Rosa, Diretora Geral de Ensino e Formação Docente da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer do Recife.

Palestra sobre literatura adaptada em quadrinhos no Recife

Saiu no Diario de Pernambuco de hoje:

PALESTRA – Mascaro e Lin falam sobre Hq

Experimentação nas artes gráficas é o tema das palestras que acontecem hoje, às 19h30, na Escola Oi Kabum (Rua do Bom Jesus, 147, Bairro do Recife). Na ocasião, os quadrinistas Christiano Mascaro e João Lin, responsáveis pelos livros do projeto Domínio Público e pela revista Ragú, discutem quadrinização da literatura, e Renato Alarcão fala sobre Diários gráficos. A entrada é gratuita.

19º HQ Mix – lista dos indicados para o troféu

Antes mesmo do site oficial, o blog Universo HQ já está divulgando os indicados à 19a. edição do Troféu HQ MIX, uma das mais respeitadas premiações do país. A enorme lista (são 47 categorias) publicada no blog inclui talentos nacionais e internacionais, como Lourenço Mutarelli (Caixa de Areia), Fido Nesti (Os Lusíadas) e Milo Manara (El Gaucho, Bórgia – Poder e Incesto, Clic). Por si, a lista dos indicados serve como um ótimo guia para saber o que houve de melhor no mundo dos quadrinhos em 2006.

O primeiro volume da coletânea pernambucana Domínio Público – Literatura em Quadrinhos mandou ver em cinco indicações. O projeto, que adapta contos clássicos para as histórias em quadrinhos, concorre como melhor Publicação Mix e melhor Publicação Independente. Os artistas que trabalharam na Domínio Público também estão na fita. Na categoria Desenhista Nacional foram indicados os grandes Mascaro (por O Soldado Jacob, de Medeiros e Abulquerque) e Samuel Casal (por A Ilha de Cipango, de Augusto dos Anjos). Na categoria revelação está o brasiliense Kleber Dantas, meu parceiro de trabalho na adaptação de A Cartomante, de Machado de Assis, em que produzi o roteiro. Uma responsa, “editar” um texto machadiano…

Ainda entre os pernambucanos, figuram o Festival Internacional de Quadrinhos de Pernambuco e a jornalista especializada Carol Almeida, do Jornal do Commercio.

Ragú na Folha de São Paulo

A revista pernambucana Ragú foi assunto da Folha de São Paulo da última segunda-feira (26 de março). Na matéria, Pedro Cirne atribui à publicação qualidades como “atípica”, “singular” e “independente”. O mesmo texto ainda trata do lançamento da revista paulista Tulípio. Leia abaixo, a resenha, na íntegra:

Nova “Ragú” traz o diverso do Brasil
Revista de Pernambuco aposta em diferentes traços e temas; a gratuita “Tulípio” tem tiragem de 15 mil

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A revista vem de Pernambuco, mas os autores são de vários lugares do Brasil. O novo número da publicação independente “Ragú” acaba de ser lançado e, com ele, a oportunidade de ver trabalhos dos pernambucanos João Lin e Mascaro, do mineiro Lelis e dos gaúchos Fábio Zimbres e Gazzelli.

“Ragú” é uma revista atípica no mercado brasileiro. Além de trazer um alto número de artistas nacionais (17, além do alemão Hendrik Dorgathen), a publicação oferece uma grande variedade de estilos.

Assim a bonita e triste “O Pai”, de Mascaro, é bem diferente da experimental “Fim – E Viveram Felizes para Sempre…”, de Daniel Caballero.

Esta era uma das propostas dos criadores quando surgiu a “Ragú” número zero, em 2000, e que se mostra ainda forte sete anos depois: trazer quadrinho autoral, com a cara do criador.

Algo distante dos mangás ou das histórias de super-heróis e que às vezes é até difícil de enquadrar em algum gênero convencional, como o “Desenho Cop”, de Jaca.
Outra proposta era mostrar a diversidade brasileira, dos estilos à seleção de temas. Não há menção a samba ou futebol, mas há uma história sobre meninos de rua, de Mascaro, e uma homenagem de Fábio Zimbres ao livro “Macunaíma”, de Mário de Andrade.

Isso não significa que é necessário abordar, sempre, valores nacionais para sair em “Ragú”. A maioria das histórias tem temas universais, como violência, e há até a adaptação de um texto escrito em sânscrito. Mas há uma identidade, uma independência na criação das histórias, que torna “Ragú” uma revista singular.

Tulípio

Há outra novidade entre os quadrinhos independentes, no eixo Rio-São Paulo: o quarto número da revista de humor “Tulípio”, de Eduardo Rodrigues (texto) e Stocker (arte).
Autêntica “leitura de boteco”, a revista de distribuição gratuita é estrelada por Tulípio, que sempre é retratado dentro de um bar, normalmente pedindo mais uma dose ao garçom ou tentando, em vão, atrair a atenção de mulheres bonitas.

“Tulípio” chega aos 15 mil exemplares. Além disso, irá, pela primeira vez, ser distribuída fora de São Paulo: em cinco bares no Rio, além de em 15 na capital paulista. Se Tulípio, o boêmio, de fato existisse, certamente brindaria a isso. Mais de uma vez.