Memória esquecida do cinema

Muito se fala sobre a pujança do cinema pernambucano, mas pouco tem sido feito pela preservação de sua memória. A situação é crônica, a ponto de não haver uma fonte que centralize e facilite o acesso até mesmo à produção mais recente, como a dos últimos dez anos. Quanto mais a do século passado. No entanto, articulações recentes apontam para uma possível cinemateca nordestina, a ser sediada no Recife. A nova instituição seria mantida em parceria inédita com a Cinemateca Brasileira, e além de outros estados, reuniria os acervos da Fundação Joaquim Nabuco, do governo do estado e da Prefeitura do Recife.

“Progredimos anos-luz no audiovisual, mas a memória ainda é uma grande lacuna”, reconhece Carla Francine, coordenadora de cinema da secretaria estadual de Cultura, que visualiza o Cinema São Luiz como possível sede para o acervo coletivo. Como o projeto é embrionário (começou a ser discutido no fim de 2011), pouco se fala a respeito. De acordo com Carla, a fundação de uma cinemateca regional abre a possibilidade de a Cinemateca Brasileira inaugurar um escritório em Pernambuco.

O pool para preservação inclui a mitológica Cinemateca Alberto Cavalcanti, fundada pela prefeitura nos anos 1970, para ser fechada na gestão seguinte. “Além de ter criado a filmoteca, o então prefeito Augusto Lucena criou por decreto a Escola de Cinema do Recife. Depois veio Antonio Farias e nomeou Ariano Suassuna para a pasta da Cultura, que botou pá de cal”, lembra o escritor e cineasta Fernando Monteiro. “Fui muito amigo de Alberto, que tinha ligação forte com o Recife. Quando soube da homenagem, ficou contente e veio de Paris para a inauguração. Foi um momento vexatório, pois depois disso ela deixou de existir”.

Além de O canto do mar (1954), de Cavalcanti, o acervo municipal conta com filmes como O palavrão, de Cleto Mergulhão (1978), Chegada do Jahú no Recife (1927), Visão apocalíptica do radinho de pilha (1972) e Filme de percussão mercado adentro (1984), os dois últimos, de Monteiro. Para saber sobre as condições e planos para o acervo, a reportagem do Diario procurou a gerência de audiovisual da prefeitura, mas não obteve resposta. Enquanto isso, os rolos de película avinagram em um dos camarins do Teatro do Parque, fechado desde setembro de 2010.

Notório colecionador e membro da Associação Brasileira de Preservação do Audiovisual, Lula Cardoso Ayres Filho diz que o projeto operativo do São Luiz, feito por ele em setembro de 2008, já previa a criação de uma cinemateca. E que prefere que seu acervo, um dos maiores do país, continue sob seus cuidados, “mas sempre à disposição de pesquisadores. Não tenho esperança no poder público. O governo Eduardo Campos dá grande apoio para o audiovisual, mas quem garante que com a mudança de gestão isso continue? Por isso, políticas precisam ser instituídas. A memória cultural não pode depender de prestígios e empenhos pessoais”.

Fernando Monteiro atenta para o fato de que, sem pressão do público, produtores de cinema inclusive, a memória continuará empoeirada. “Dá impressão de que os cineastas querem apenas realizar os filmes, aparecer em jornais e festivais. Não se interessam pelo destino dos filmes”.

Prédio do Mispe interditado desde 2005 – Localizado na Rua da Aurora, na Boa Vista, o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (Mipse) há muitos anos aguarda a restauração e modernização de sua sede, interditada em 2005. Enquanto isso, seu acervo está à disposição em horários restritos, na Casa da Cultura, bairro de Santo Antonio. “Aquele prédio não era para estar fechado”, lamenta Celso Marconi, que dirigiu o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco entre 1991 e 2003. “O Mispe funcionava com problemas, mas pelo menos tinha atividades. Museu tem que ter continuidade”.

O acervo do Mispe, formado por seis mil peças, conta 170 filmes em película, a maioria de 16mm, todos relegados a uma das “jaulas” da Casa da Cultura. “Não é uma situação nem perto da ideal, pois não é o ambiente correto, mas nada está em risco”, garante Geraldo Pinho, o atual gestor.

A boa notícia é que a recuperação estrutural do Mispe, orçada em R$ 600 mil, deve começar em fevereiro. A previsão é de Célio Pontes, diretor de gestão de equipamentos culturais da Secretaria de Cultura. “A primeira etapa está licitada, vamos expedir a ordem de serviço e a entrega será 150 dias após o início da obra”. A segunda etapa, informa Célio, é a adequação arquitetônica do espaço, que contará com laboratório, sala de exibição e exposição. O projeto, que conta com normas de acessibilidade, levou dois anos para ser definido. “Será um museu moderno, com perfil dinâmico e maior oferta de serviços, como exposições, exibição de filmes e a volta das entrevistas com personalidades da cultura, que estão na origem do museu”.

Antes mesmo de ficar pronto, diz Célio, o Mispe iniciará algumas atividades no Cinema São Luiz, como exposições e mostras especiais. “Precisamos manter o Mispe vivo na memória da população. Para quando abrir, não demorar a se reintegrar na agenda cultural da cidade”.

Primeiras peças de um acervo nordestino – Das instituições que protegem a memória do audiovisual em Pernambuco, a Fundação Joaquim Nabuco é a que tem apresentado o trabalho mais consistente. Foi através dela que títulos importantes do Ciclo do Recife foram restaurados pela Cinemateca Brasileira. Em parceria com o governo do estado, a ideia é mapear outros filmes, primeiro em Pernambuco, depois da região e com isso formar um museu do cinema nordestino contemporâneo.

Nesse sentido, a mais recente ação da Fundaj é exemplar: a compra do acervo de Fernando Spencer, realizada há três semanas. Aos 85 anos, o pioneiro do cinema 16mm já não tinha condições de manter a coleção, que precisa de climatização e desumidificadores para não se estragar. “Perdi muitos filmes assim, viraram pó”. Entre os itens adquiridos estão 18 filmes de Spencer, cartazes, 47 volumes de revistas de cinema, trilha sonora de filmes brasileiros e 64 livros sobre cinema.

“A preservação da memória do país ainda é incipiente, um potencial não valorizado, importante inclusive para a criação”, diz Silvana Meireles, diretora de Cultura da Fundaj. Ela diz que, apesar de contar com um dos maiores e mais bem conservados acervos do país, é preciso reunir a produção mais recente, dos anos 1970 para cá. “Hoje nos deparamos com filmes de dez anos atrás que não têm cópia para o cinema”.

O convênio entre a Cinematca – Fundaj – Estado, diz Silvana, tem perspectiva de ser assinado em março. A ideia é criar um acervo único. “A cópia de preservação ficaria na Cinemateca Brasileira, uma cópia para pesquisa na Fundaj e outra cópia específica para difusão”. No entanto, as dificuldades com a conservação ainda precisam ser superadas. “Guardamos alguns acervos, mas nossas acomodações precisam de reforma e ampliação”.

(Diario de Pernambuco, 15/01/2012)

Novas diretrizes e várias incertezas na Fundaj

Aos poucos, a Fundação Joaquim Nabuco vem desenhando os contornos da nova gestão. Há menos de um mês, veio o anúncio do enxugamento do quadro, que a pedido do ministro da Educação, Fernando Haddad, mobilizará cerca de 25 a 30 cargos comissionados para duas secretarias recém-criadas pelo ministério, em Brasília. Agora, vem à tona a notícia de que as diretorias de cultura e documentação serão fundidas em uma única pasta, a Diretoria de Memória e Cultura, a ser assumida por Silvana Meireles.

Sexta-feira passada, a pedido de Fernando Freire, presidente da Fundaj, Isabela Cribari (cultura) e Rúbia Campelo (documentação) entregaram seus cargos. Uma nova diretoria, de formação, será criada para cursos de mestrado, de curta duração e qualificação de servidores.

Há temores pelo que virá, principalmente no que diz respeito a atividades reconhecidamente relevantes, como o Cinema da Fundação, a editora Massangana e o espaço destinados às artes plásticas. Paira sobre funcionários a suspeita de que a transição seja o início de um desmonte promovido pelo governo Dilma. E do lado de fora, a insatisfação pela ausência de um debate público.

“É um fantasma como vários outros”, diz Silvana, que atuou como diretora de cultura da Fundaj até 2002, quando partiu para atividades no Ministério da Cultura. “Não acredito que a presidente Dilma tenha coragem de mexer com uma instituição criada por lei há mais de 60 anos, com papel importante na região. Há recursos orçamentários e a vontade política de tornar instituição cada vez mais eficiente”.

As mudanças estruturais irão refletir nas quatro coordenações que estavam sob o comando de Cribari: a Editora Massangana, a Massangana Multimídia (da qual faz parte o Centro Audiovisual Norte-Nordeste), as gerências de artes plásticas e cinema, e a coordenação de Difusão Científico-Cultural. Há indícios de que os quatro departamentos se tornem uma única coordenação.

“Mais importante do que os cargos de chefia, que estão ali para cumprir uma temporada, a prioridade é fortalecer e aumentar o número de funcionários através de concursos. É importante ter um quadro de servidores que dê continuidade aos projetos”, argumenta Meireles.

Silvana garante que projetos consolidados não sofrerão riscos, até porque muitos foram implantados por ela. “Enxergo somente pontos positivos. A relação entre memória e cultura é bastante estreita. Será um desafio articulá-la através dos projetos. Essa proposta pode vir a fortalecer ambas as áreas”.

Ainda vai levar certo tempo até que o processo de transição termine e as novas diretrizes venham a público, mas Silvana adianta que os trabalhos serão organizados em torno de quatro eixos: memória, arte, cultura, educação. “As palavras chaves da minha gestão serão reflexão, inovação e acesso ao conhecimento”.

Dever cumprido – Após oito anos e meio, a produtora e cineasta Isabela Cribari entrega a gestão de cultura da Fundaj. De lá para cá, o balanço é claramente positivo. “Trabalhamos para efetivar uma política cultural sólida. Não cabe a mim decidir sobre a continuidade. Saio tranquila pelo que foi feito. As pessoas frequentam a Fundação como fosse uma casa, se apropriaram dela como um lugar público”.

Entre as principais ações de Cribari estão a implantação do Canne, do concurso de roteiros para documentário Rucker Vieira e da primeira etapa de um centro cultural no Engenho Massangana, a edição da Coleção Educadores (“o maior projeto editorial do país, com 200 mil coleções de 63 volumes, distribuído em escolas, bibliotecas e universidades) e a realização do projeto Poemas animados, cujo primeiro episódio, Morte e vida Severina (também editada em HQ), foi transmitido pela TV Escola para 50 mil unidades de ensino no Brasil.

“Cheguei em março de 2003 e em abril o projeto do Canne estava pronto. Ele representa os anseios de toda uma classe, de duas regiões do país, de oferecer acesso gratuito aos bens de produção e capatitação para o audiovisual”.

Um dos projetos mais recentes, o cine-educação, leva um kit com 26 filmes e livros para as salas de aula. “Trabalhamos nele há dois anos e lançamos a primeira oficina durante o Festival de Cinema de Triunfo, junto com o Conselho Nacional de Cineclubes e firmamos convênio com a Secretaria de Educação para levá-lo a mil escolas”.

Quanto aos novos tempos, ela não se arrisca a fazer previsões, mas alerta que, em outros “enxugamentos”, a Fundaj encerrou atividades em música, teatro e dança. “Não são só os cargos, mas as áreas que podem se extinguir. A grande contribuição da Fundaj é fazer esse link, ser o elo perdido entre a cultura e educação. É a única instituição colocar as linguagens artísticas na escola, promover a educação do olhar, a formação do ser humano pela arte. E trabalhei com paixão nesse sentido”.

(Diario de Pernambuco, 05/09/2011)

Cine + Cultura amplia alcance no estado

A partir de agora, associações culturais como Maracatu Piaba de Ouro, N.A.V.E, Mulheres de Ibimirim, Artistas Populares de Sertânia e Artistas Plásticos de Fernando de Noronha passam a ter ao menos uma característica em comum. Eles fazem parte do grupo de 46 entidades que se tornaram pontos de exibição de filmes, com o aval do Ministério da Cultura, através da ação Cine + Cultura. Realizado em parceria com o governo do estado, o resultado foi anunciado ontem pela manhã, em cerimônia no Cine São Luiz. Os aprovados recebem kit com câmera, projetor, telão, DVD, rack e um pacote de filmes selecionados pela Programadora Brasil, além de oficinas de capacitação organizadas pela Fundarpe. O objetivo é formar uma rede nacional de exibição alternativa. Com a nova leva, somente Pernambuco contará com 87 pontos. Até o fim do ano, a meta é atingir 2.200 em todo o Brasil.

Coube à presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, contextualizar a ação dentro da escassez de espaços de fruição cinematográfica. Números tristes: 13% dos brasileiros vão ao cinema ao menos uma vez ao ano; mais de 90% dos municípios não têm cinema, teatro ou museu. Silvana Meireles, coordenadora do programa + Cultura, vai além. “A maioria das salas de exibição comercial está em shoppings, que são inacessíveis em vários aspectos”, diz Meireles. De acordo com ela, a ideia é tornar essa rede não só “a maior diversão” (em referência ao slogan da rede de cinemas Severiano Ribeiro), mas um espaço de cidadania. “O Brasil em poucos anos será a 5ª economia mundial, mas atualmente ocupa a 75ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano. Precisamos diminuir essa diferença e a cultura é vetor importante. Os Cines + Cultura servem para formação de identidade dessa parcela excluída”.

Vestido de vaqueiro, Renato Magalhães, da Associação Cultural Pedra do Reino (São José do Belmonte), não só veio a caráter, como soprou seu berrante antes de cumprimentar as autoridades. Ele é da segunda geração de realizadores da cavalgada anual, no mês de maio. “Antes, a mostra de filmes era itinerante. Agora vamos fazer no memorial, numa sala para 50 pessoas”, diz o jovem vaqueiro. Paulo Lima, que coordena o espaço de exibição do Grêmio Recreativo Escola de Samba Preto Velho (Olinda), diz que com o novo acervo será possível renovar a programação, até então restrita a 40 DVDs oferecidos pelo Banco do Nordeste. Outros que comemoram são Fernando Carmino e Jorge Costa, da Associação Pernambucana de Teatro de Bonecos, pois a sala de 120 lugares que administram passará a ter tela grande e projetor apropriado para exibir filmes.

Mas nem todos estavam felizes após a cerimônia. Arimatéia Martins, da Associação Cultural Vida é Uma Arte, veio de Floresta para constatar que seu projeto não foi contemplado porque duas propostas foram feitas para o mesmo espaço, o Cine Teatro Recreio (90 anos de construção, 160 lugares, 14 anos fechado). A proposta dupla resultou na anulação de ambas. “Há três anos realizamos sessões quinzenais no cinema, pois o equipamento é emprestado”. Com o kit Cine + Cultura, afirma Martins, as exibições seriam mais frequentes.

Capacitação – As oficinas de formação começam em maio e fazem parte da contrapartida de 33% oferecida pelo governo do estado, com apoio do Conselho Nacional de Cineclubes e da Federação Pernambucana de Cineclubes. A ementa inclui história e organização do cineclubismo, do cinema, sua linguagem, produção e distibuição. Mas o principal, diz Gê Carvalho, presidente da Fepec, é a educação para o olhar. “Eles aprendem a assistir a um filme e refletir sobre o que foi visto, da técnica ao conteúdo. E aí a consciência se transforma”.

Confira os grupos selecionados

Região metropolitana do Recife
1. Maracatu Piaba de Ouro (Olinda)
2. Centro SUVAG de Pernambuco (Recife)
3. Associação Satélite (Olinda)
4. Unacomo (Olinda)
5. Associação Pernambucana de Teatro de Bonecos – APTB (Recife)
6. Diálogos (Olinda)
7. Graúna – Juventude, Gênero, Arte e Desenvolvimento (Olinda)
8. Associação dos Artistas Plásticos de Fernando de Noronha (Fernando de Noronha)
9. Associação Teatral Ato – Art’s ATA (Itamaracá)
10. Grêmio Recreativo Escola de Samba Preto velho (Olinda)
11. Movimento de Articulação Ambiental e Cultural- MAAC (Recife)
12. Centro de Atendimento a Meninos e Meninas – CAMM (Recife)
13. Sociedade Cultural Pernambuco na Estrada (Recife)
14. Nave- Sociedade de Arte e Tecnologia (Recife)
15. Laboratório de Intervenção Artística – Laia (Camaragibe)
16. Lar de Sandro (Recife)
17. Espaço Cultural de Santo Amaro(Recife)

Zona da mata
18. Sociedade de Cultura Artística 22 de Novembro (Paudalho / Mata Norte)
19. Grupo Cultural dos Palmares – Grucalp (Palmares / Mata Sul)
20. Ponto de Cultura Retretas – Filarmônica 28 de Junho (Condado / Mata Norte)
21. Associação dos Filhos e Amigos de Vicência (Vicência / Mata Norte)
22. Associação Cultural dos Mamulenguieros e Artesãos de Glória do Goitá (Glória do Goitá / Mata Norte)
23. Centro de Educação Musical de Joaquim Nabuco (Joaquim Nabuco / Mata Sul)

Agreste
24. Grupo de Apoio aos Meninos de Rua – GAMR (Gravatá / Agreste Central)
25. Cia. de Eventos Lionarte (Limoeiro / Agreste Setentrional)
26. Associação Caruaruense de Ensino Superior – Asces (Caruaru / Agreste Central)
27. Associação do Comércio da Indústria e Agroindustrial de Garanhuns (Garanhuns / Agreste Meridional)
28. Centro de Criação Galpão das Artes (Limoeiro / Agreste Setentrional)
29. Sociedade Musical Padre Ibiapina (Taquaritinga do Norte / Agreste Setentrional)
30. Associação de Desenvolvimento e Assistência Social de Taquaritinga do Norte – Adastaq (Taquaritinga do Norte / Agreste Setentrional)
31. Centro de Artesanato Tareco e Mariola de Belo Jardim (Belo Jardim / Agreste Central)
32. Associação Capoeira e Taekwon-do: O pé do clã (Brejo da Madre Deus / Agreste Central)

Sertão
33. Associação e Movimento Comunitário Aliança (Arcoverde / Sertão do Moxotó)
34. Federação das Associações Comunitárias do Cedro – Faced (Cedro / Sertão Central)
35. Associação dos Artesãos e Artistas Populares de Sertânia (Sertânia / Sertão do Moxotó)
36. Associação Nação Coripós (Santa Maria da Boa Vista / Sertão do São Francisco)
37. Associação de Arte e Cultura de Jatobá (Jatobá / Sertão de Itaparica)
38. Instituto Chico Torres (Salgueiro / Sertão Central)
39. Jovem Sertão (Petrolina / Sertão do São Francisco)
40. Associação Cultural, Artística e Social Raízes (Petrolina / Sertão do São Francisco)
41. Associação das Mulheres de Ibimirim – AMI (Ibimirim / Sertão do Moxotó)
42. Associação Cultural Pedra do Reino (São José do Belmonte / Sertão Central)
43. Maracatu Nação Matingueiros (Petrolina / Sertão do São Francisco)
44. Associação São Geraldo (Arcoverde / Sertão do Moxotó)
45. Associação Solidária de Pais e Amigos de Pessoas com Necessidades Especiais (Belém de São Francisco / Sertão do São Francisco)
46. Associação Urucungo (Arcoverde / Sertão do Moxotó)

(Diario de Pernambuco, 13/04/2010)