Mostra de Tiradentes anuncia programação geral

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Primeiro grande evento de cinema brasileiro do ano, a 16ª Mostra de Cinema de Tiradentes anunciou hoje sua programação integral. Ao longo de nove dias (de 18 a 26 de janeiro), 131 filmes serão exibidos em 54 sessões, este ano, organizada em novas grades temáticas. O cinema pernambucano está presente em quase todas, com onze títulos selecionados. Conveniente com o tema deste ano, “Fora de Centro”, em torno do qual diretores, jornalistas e críticos realizarão seminários e debates. A programação reflete a descentralização da produção de cinema no país: 65% dos longas são originários de Minas, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Paraná e Bahia. Também é coerente com o tema, a homenagem  será para a atriz paranaense Simone Spoladore.

Abre a programação o longa paraibano “Onde Borges Tudo Vê”, de Taciano Valério, que será exibido às 21h, no Cine-Tenda. A estimativa de público é de 30 mil pessoas. “A cada ano, a Mostra Tiradentes tem demonstrado sua capacidade de renovar-se e estabelecer diálogo entre as diversas esferas da sociedade e as forças constituintes de uma cinematografia”,  afirma a coordenadora do evento, Raquel Hallak.

Sete longa-metragens participam da Mostra Aurora, a principal do evento, entre eles o pernambucano “Ferrolho”, rodado no interior do estado. A ser eleito pelo júri da crítica, o melhor filme da Aurora será premiado com R$ 50 mil.

Três novas mostras temáticas organizam conceitualmente os demais filmes selecionados: Transições, Autorias e  Sui Generis. Transições é dedicada a diretores em início de carreira que propõem um olhar ou procura cinematográfica, gerando expectativa pelos trabalhos seguintes. Entre eles estão os pernambucanos “Eles Voltam”, de Marcelo Lordello (eleito o melhor do Festival de Brasília e único concorrente brasileiro em Roterdã); “Boa Sorte Meu Amor”, de Daniel Aragão (melhor direção e som em  Brasília);  e o cearense “Doce Amianto” (CE), de Guto Parente e Uirá dos Reis (pré-estreia nacional).

A Mostra Autorias traz “Otto” (MG), de Cao Guimarães; “Jards” (RJ), de Eryk Rocha, Melhor Direção no Festival do Rio, e “Doméstica” (PE), de Gabriel Mascaro, que com seus filmes anteriores “Avenida Brasília Formosa” e “Um Lugar ao Sol”, gerou acaloradas discussões em Tiradentes. Gabriel Mascaro participa também da Mostra Panorama, com  “A Onda Traz, O Vento Leva”.

Três filmes formam a Mostra Sui Generis: “Vertigem Branca” (PE), de Breno Silva, Dellani Lima e Simone Cortezão; “Semana Santa”, longa mineiro de Leonardo Amaral e Samuel Marotta; e “Claun – Parte 1: Os dias aventurosos” (RJ), de Felipe Bragança (premiado na Mostra Aurora de Tiradentes em 2009 com “A Fuga da Mulher Gorila”).

Seminários – Dois debates colocam ênfase na produção “Fora de Centro”: um deles traz a cineasta paranaense Ana Johann, o cineasta mineiro Dellani Lima, os realizadores cearenses Guto Parente e Ivo Lopes Araújo e o cineasta carioca Silvio Da-Rin, com mediação do jornalista e crítico João Carlos Sampaio. No outro, o cineasta brasiliense Adirley Queirós, o professor e crítico Ismail Xavier, o crítico Jean-Claude Bernardet e os cineastas Marcelo Ikeda e Sérgio Borges reflem sobre as transformações nos estilos narrativos e os sistemas de produção. A mediação será do curador da Mostra Tiradentes, Cléber Eduardo.

Curtas – Dos seis pernambucanos selecionados para a mostra de curtas, dois são inéditos: “O ouvido de Vinícius”, de Sergio Oliveira e Ezequiel Pierri, e “ReTrato”, de Adelina Pontual. O primeiro se inspira na temporada de shows feitos por Vinícius de Moraes em Mar del Plata, Argentina. “Vinícius é a grande ausência. Bethânia esta procurando ele”, diz Sérgio. “ReTrato” – inicialmente intitulado “3×4”, é o segundo de uma trilogia iniciada por Adelina em 1999, com “O Pedido” (clique aqui para ler sobre a produção do filme). Os demais, “A onda traz, o vento leva”, “Câmera escura”, “Canção para minha irmã” e “Porcos raivosos” estrearam respectivamente no Festival de Brasília (os dois primeiros), Cine PE e Cannes.

*com informações da assessoria